domingo, 31 de março de 2013

Podcast Como Ferramenta Didático Pedagógica

Sou de uma geração que ouvia e que talvez ainda ouça o rádio. Conta a lenda familiar que eu, quando neném, só dormia embalado pelo sons do rádio. Na verdade só parei de ouvir o rádio quando casei, pois minha primeira cara-metade (parece que a cara é uma daquelas coisas que têm mais de duas metades) não dormia com o "barulhinho bom" do rádio.
Há algum tempo fiquei um tanto surpreso com meu enteado ouvindo arquivos de áudio, que ele havia baixado da internet. Os arquivos que ele ouvia, enquanto jogava vídeo game, eram os Nerdcast  do Jovem Nerd (http://jovemnerd.ig.com.br/categoria/nerdcast). Os assuntos são os mais variados dentro do universo Nerd e Geek e os debates são acalorados e divertidos. Para mim, foi inesperado, pois ele gosta muito de desenhar e ama seus games, mas não o vejo apreciando músicas. Mas, ainda existe um mundo de sons...
Penso que os apelos visuais do cinema, da TV, do computador e dos vídeo games são muito fortes, não só para os jovens, mas para todos. No entanto, ainda somos seletivos quanto ao canal preferencial de percepção. Uns preferem ver, outros preferem ouvir e ainda outros usam os demais canais de percepção. Além disso, para quem prefere ouvir, o rádio e arquivos de áudio como o podcast podem acompanhar as pessoas nas mais diversas atividades, coisa que um vídeo não permite.
Bem, mas e na educação, o que se pode fazer? Um exemplo interessante foi o relatado por minha esposa, Márcia Garcia, professora do município do Rio de Janeiro.  Ela contou que a Rádio-Escola, um projeto da Secretaria Municipal de Educação do Rio, funcionou por cerca de um ano, mas foi encerrado. Os alunos eram capacitados por uma equipe de profissionais de Rádios Comerciais. Além das questões técnicas dos equipamentos e softwares, eles precisavam redigir os textos dos programas que eram publicados.  Era um excelente trabalho de produção de texto, leitura e comunicação com uma mídia muito versátil. Os alunos gostavam de fazer e de ouvir.
Segundo o que preconizam os especialistas em Programação Neurolinguística (PNL), os três canais de percepção são os seguintes: o canal visual, o auditivo e o cinestésico.  Quando aprendemos, podemos nos beneficiar se usamos o nosso canal preferencial. Quando ensinamos, devemos reconhecer nos alunos seus canais de preferencia e estimular, de forma mais eficiente, variando a forma de explicar e as atividades propostas.  Dessa forma, os alunos  "auditivos", aqueles cuja preferência é pelo estímulo sonoro, serão beneficiados com o uso do Podcast, tanto produzindo, quanto ouvindo o material.
Há muito material na rede e vários sites de hospedagens de podcast. Portanto, só precisamos descobrir material interessante e bem feito para aproveitar e recomendar.
Podcasts muito longos como palestras, ficam muito massantes, mas ainda assim, se for de algum tema de interesse e com um bom palestrante, podemos ouvir aos poucos. Já os debates e as entrevistas são mais dinâmicos e agradáveis. Mas, isso é só a minha opinião. Vale conferir.
Os interessados também podem produzir podcast. Abaixo, deixo uma experiência que levei a cabo ontem. Para produzir o arquivo usei o Audacity, um programa para gravação e edição de áudio muito completo. Em seguida postei o arquivo, o podcast, no Site www.podomatic.com . Pronto, um podcast na rede!